Cientistas detectam a origem das explosões rápidas de rádio na Via Láctea

Cientistas detectam a origem das explosões rápidas de rádio na Via Láctea
Cientistas detectam a origem das explosões rápidas de rádio na Via Láctea

Uma equipe de astrofísicos identificou um magnetar, uma variedade entre estrelas de nêutrons, como a fonte das misteriosas explosões rápidas de rádio originadas na Via Láctea, apontam estudos publicados nesta quarta-feira (4) na revista Nature.

+Conheça Gefferson Cunha: influenciador que é referência de sucesso no mundo digital
+LG lança máscara facial com purificador de ar
+Disney+ chega este mês às Smart TVs da Samsung no Brasil

Desde sua primeira detecção, em 2007, os cientistas tentaram encontrar uma explicação para essas explosões de ondas eletromagnéticas, também conhecidas pela sigla em inglês FRB (Fast Radio Burst). Sua origem é difícil de determinar porque o evento dura apenas um milésimo de segundo. Além disso, até agora acreditava-se que eles só tinham origem em outras galáxias.

Em 2016, a detecção mais precisa até agora teve como alvo uma galáxia anã localizada a mais de 3 bilhões de anos-luz da Terra. Em 28 de abril, observatórios canadenses detectaram esse fenômeno em uma mesma região do céu. Ambos o atribuíram ao magnetar SGR 1935 + 2154, localizado na Via Láctea, segundo estudos publicados na Nature. “É a primeira explosão rápida de rádio que atribuímos a um objeto conhecido”, disse Christopher Bochenek, astrofísico do US Caltech Institute e chefe do STARE2, em entrevista coletiva.

O magnetar – uma contração dos termos em inglês “estrela magnética” – é um “tipo de estrela de nêutrons com um campo magnético tão poderoso que deforma o núcleo de um átomo”, explicou. Este corpo celeste, pequeno em tamanho, mas com uma massa significativa – uma colher de chá de matéria pesaria vários bilhões de toneladas – gira sobre si mesmo no espaço de vários segundos.

O FRB detectado emitiu “em um milissegundo a mesma energia em ondas de rádio que o Sol durante 30 segundos”, de acordo com Bochenek. Um sinal poderoso o suficiente para deixar uma marca em um receptor de celular depois de cruzar metade da galáxia, em uma jornada que durou 30 mil anos, acrescentou.

A descoberta é fruto de um esforço internacional, incluindo o telescópio canadense CHIME, a pequena rede americana de estações de rádio STARE2 e o radiotelescópio chinês FAST. Os dados deste último, cujo estudo foi conduzido pelo Dr. Bing Zhang, da Universidade de Las Vegas, também serviram para entender melhor como funciona um magnetar, uma estrela nascida da implosão de uma estrela.

Para Bing, uma hipótese “prudente” é que todas as rajadas rápidas de rádio no Universo são emitidas por magnetares. Uma teoria compartilhada por Daniele Michilli, uma astrofísica e membro do CHIME, que disse ter “detectado várias centenas de FRBs” e os estava “analisando” para confirmar sua origem.

Back to top